segunda-feira, 31 de maio de 2010

PROJETO: Uma Nova Cultura de Aprendizagem

Antes de tudo, somos nós professores que precisamos mudar de postura. Reclamamos que o aluno não tem interesse, não quer aprender, mas são as aulas que não estão agradando.
Normalmente, enquanto o aluno tem atividade para desenvolver em sala de aula, por estar “ocupado”, com responsabilidade, ele não tem tempo para perturbar a aula, mas assim que termina, inicia a conversa, as brincadeiras, prejudicando o andamento da aula. O aluno não consegue ficar sem fazer nada, precisa estar em ação. No novo ”modelo” educacional, através de projetos, ele vai estar ocupado, pesquisando. Tanto suas atividades, como suas responsabilidades, irão além da simples procura de respostas prontas no livro didático ou aquela resposta que o professor quer que ele responda.
Neste novo modelo de trabalhar com o aluno, ele deve pesquisar, pensar, analisar e construir seu conhecimento através do diálogo, da análise.

Mas o projeto em si, sozinho, não dará o brilho ao trabalho, o uso da tecnologia que é o que agrada os jovens, será a ferramenta complementar para essa transformação.

A maior barreira para aderirmos a essa nova “metodologia” é a insegurança que ainda temos, pela incerteza do que vamos encontrar. Deixar o aluno livre para pesquisar em diversas fontes exigirá dos professores maior conhecimento e este é o ponto crucial, nós não temos segurança, não nos consideramos preparados para aceitar os argumentos, a opinião do aluno, pois ele pode sugerir algo muito diferente daquilo que nós imaginamos, se nos basearmos somente pelo descrito no livro didático, que por sinal para algumas disciplinas ou informações pode estar obsoleto.
O professor precisa se preparar para isso, ele precisa saber muito mais sobre o assunto que vai trabalhar, para possibilitar tanto o diálogo, como o respeito pela opinião fundamentada nas diversas pesquisas que fez.
O método tradicional é muito mais cômodo para o professor, trabalhar com projetos trata de informações muito abrangentes sobre as quais precisa discutir com os alunos.

Esta pode ser considerada uma revolução na educação: a valorização do saber, da opinião do aluno, priorizando a capacidade de pensar, criar do aluno.
Com projetos o aluno busca em diferentes fontes conceituação de diversos autores – ele precisa então, ter poder de decisão, senso crítico e conhecimento para concluir sua pesquisa corretamente. A princípio terá dificuldade, pois está acostumado a encontrar a resposta pronta no livro didático, mas com o tempo aprenderá a pesquisar.

Qualquer que seja o projeto, disciplinar, interdisciplinar, multidisciplinar, o aluno sempre estará agregando conhecimentos de mais disciplinas – pois se antes no seu livro didático a conceituação estava pronta, na pesquisa pela internet vai deparar com outros conceitos, os quais precisa estudar, compreender para então definir o adequado para pesquisa que está elaborando, consequentemente terá aprendido a conceituação para aquela palavra, situação ou assunto teria em outra disciplina: sem o propósito da interdisciplinaridade, o projeto leva a prática da interdisciplinaridade.

“O professor que trabalha com projetos de aprendizagem respeita os diferentes estilos e ritmos de trabalho dos alunos desde a etapa de planejamento, escolha do tema e respectiva problemática a ser investigada. Não é o professor quem planeja para os alunos executarem, ambos são parceiros e sujeitos de aprendizagem e cada um atuando segundo o seu papel e nível de desenvolvimento.” Maria Elizabeth B. de Almeida (1999).

A escola só vai mudar, a partir da mudança do professor – incentivando o aluno; permitindo que construa seu conhecimento e acreditando na criatividade do aluno.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

ENSINAR E APRENDER COM O COMPUTADOR:

A Articulação inter-trans-disciplinar

O computador já é uma ferramenta que está fazendo parte de um modo ou de outro na sociedade atual. A escola, me parece, é o último segmento da sociedade a inseri-lo em suas atividades pedagógicas, a utilizar-se dessa ferramenta.
O aluno, quer seja através dos bate-papos, da busca por jogos, por entretenimento, já faz uso dele há muito mais tempo que o professor.

Pela experiência que estou vivendo com meus alunos de 7ª série, percebo exatamente o que Maria Elizabeth B. de Almeida diz: "Nesse novo papel, a escola se constitui como um espaço no qual professores e alunos têm autonomia para desenvolver o processo de ensino e de aprendizagem de forma cooperativa, com trocas recíprocas, solidariedade, respeito mútuo e liberdade responsável. As tecnologias de informação e comunicação são usadas para expandir o acesso à informação atualizada e, principalmente, para promover a criação de ambientes de aprendizagem para privilegiam a construção do conhecimento, a comunicação e a interrelação entre disciplinas."

O professor atua como mediador - orientador; não mais como transmissor de conteúdos disciplinares.

A autonomia e a criatividade do aluno só se desenvolverá se tiver liberdade para fazê-lo, respeito pela sua opinião; para isso o professor precisa valorizar o que sabe, o que cria e permitir que decida por si.

COMO SE TRABALHA COM PROJETOS

Para Maria Elizabeth Almeida, trabalhar por projetos significa que o aluno é o sujeito da aprendizagem – ativo e autônomo para criar, construir, pensar, repensar o conhecimento.
Talvez nós professores não nos consideramos aptos, achamos que nossos alunos também não o serão. Muitas vezes não enfrentamos um projeto porque temos medo e por considerarmos que não temos bagagem o suficiente para enfrentarmos os contratempos, as reformulações que se fizerem necessários no decorrer do andamento do projeto...

“Se fizermos do projeto uma camisa-de-força para todas as atividades, estaremos mais uma vez engessando a prática pedagógica”. Sem comentários...

“Trabalhar com projetos, tem sentido porque parte das questões de investigação. O aluno vair desenvolver estudos, pesquisar em diferentes fontes, buscar, selecionar e articular informações com conhecimentos que já possui para compreender melhor essas questões, tentar resolvê-las ou chegar a novas questões. Esse processo implica o desenvolvimento de competências para desenvolver a autonomia e a tomada de decisões, as quais são essências para atuação na sociedade atual, caracterizada por incertezas, verdades provisórias e mudanças abruptas.”

Nesse processo é que acontece a aprendizagem como sonhamos, quando o aluno não recebe pronto, quando é ele que vai buscá-la. É claro que as explicações iniciais continuarão necessárias, mas a partir das primeiras informações o aluno vai em busca de mais informações. Pois sem ter uma base que o orienta, não conseguirá nada. Não poderá ir em busca de algo sobre o qual nada conhece.
Todo projeto é interdisciplinar, o problema é trabalhar conjuntamente, envolvendo todas as disciplinas num mesmo tema.


“A interdisciplinaridade representa em nível mais elevado de interação entre as disciplinas, um nível hierárquico superior onde procede a coordenação das ações disciplinares.”

Ela não é autoritária - é democrática, da mesma forma que trabalhar com projetos não seguimos à risca um "autoritarismo" pedagógico: somos livres - professores e alunos para escolher conteúdo, estratégias, caminhos. Com projetos, podemos voar muito mais alto.

INTERDISCIPLINARIEDADE - Refletindo sobre algumas questões.

A interdisciplinaridade surgiu quando se descobriu que os problemas não poderiam ser resolvidos por uma única área do saber – todos precisam estar engajados, entrelaçados para que as decisões abordem e alcancem todas as áreas: social, política e econômica.
A LDB e os PCN's indicam a adesão a essa idéia, com o objetivo de gerar um melhor conhecimento a partir da interrelação do conhecimento e, a melhor forma de gerar esse intercâmbio entre os diferentes saberes na escola, é o trabalho por projetos.

O mais difícil para o professor é se libertar do tradicional e dialogar, unir esforços, enfim, mudar de comportamento. A interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade ocorre com facilidade nos primeiros 5 anos iniciais, onde o professor da turma trabalha todas as disciplinas com um só tema, nas demais séries a do professor individualidade é mais forte, necessitaríamos também, de maior tempo disponível para os diálogos, sugestões, decisões; não apenas nos intervalos entre uma aula e outra - nas "HA's".

Se para D`Ambrosio (1999) “...a criatividade é um elemento-chave da transdisciplinaridade porque reconduz o ser humano à posição de cocriador da realidade. E, como a realidade se coloca em permanente transformação, esse movimento criativo também se sucede incessantemente. O conhecimento estático, fechado e acabado deixa de ter lugar, pois tudo está em permanente transformação, permeando todas as áreas do conhecimento”.
... deveríamos admitir que não somos tão criativos quanto gostaríamos, nem pré-dispostos às transformações; mesmo sabendo que estas transformações contribuiriam na educação, naquilo que tanto reclamamos que é o desinteresse do nosso aluno.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

CURRÍCULO E TECNOLOGIAS

Sou grata ao curso pela abertura que me proporcionou, pois trabalhar com as TIC na sala de aula melhorou a qualidade das minhas aulas, muito embora acredito estar longe dos desígnios esperados.

O projeto é apenas um caminho diferente que podemos utilizar para obter melhores resultados no encaminhamento dos conteúdos curriculares.

CURRÍCULO HOJE

Ainda estamos dependentes das bases curriculares que nos orientam e unificam os conteúdos, por séries, mas já há uma liberdade em que podemos incluir os interesses dos alunos, mesmo que não estejam no rol curricular. E é claro, nós professores é que deveremos saber decidir, vincular o assunto de interesse do aluno aos conteúdos curriculares. Pois o que o aluno pode estar querendo aprender, para algum momento estará planejado no currícul: todo conhecimento em alguma disciplina estará incluso.

Neste caso, o aluno só escolhe a data - quando quer estudar - pois se for em Geografia por exemplo, se ele interessar-se por aprender sobre economia, aspectos naturais, políticos - só muda o jeito de ensinar, o momento e a abordagem, pois tudo isso faz parte do rol da disciplina de Geografia. Então, só estaremos trabalhando de forma diferente, mas sempre seguirendo as bases curriculares existentes.

Outro fator que acho importante, é que não podemos abandonar por completo seguir um currículo unificado, a nível nacional, pois se estudarmos aleatoriamente os assuntos que interessam ao aluno, teremos problemas numa transferência dele para outra escola. Então, há necessidade de existirem regras. O que muda, é a maneira de trabalhar, a valorização individual do aluno.

INDAGAÇÕES SOBRE O CURRÍCULO

Enfrentar os desafios que levem à concretização do projeto de escola democrática não é tarefa fácil, exige perserverança e visão de futuro. Tendo como objetivo cativar os alunos para o interesse pelo conhecimento, o que será possível, aderindo ao uso das tecnologias.

A flexibilização da organização curricular pode ser trabalhada e adequada à trajetória dos acontecimentos socioeconômicos e políticos da sociedade atual, aceitando opinião, participação dos alunos; utilizando-se das tecnologias disponíveis - meios de comunicação escrita, falada ou internet e a partir dela introduzir os conteúdos exigidos via currículo.

Não é mais possível trabalhar com os livros amarelados como se fossem verdades incontestáveis, a mudança ocorreu em todo segmento informativo e atinge todas as disciplinas curriculares. Ou seja, nós professores precisamos mudar nossa prática pedagógica e nos manter atualizados - acompanhando informações e tecnologias.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

VÍDEO DA ALDEIA INDÍGENA

Projeto que seguiu etapas com o objetivo de resgatar, documentar a história, a cultura da Tribo.
As tecnologias utilizadas, a transversalidade (currículo) e a vida deles (cultura) evidenciam essa Prática.
Há, porém, diversas interpretações para essa história: por um lado, vemos a tentativa dos mais velhos resgatarem e garantirem a manutenção da cultura com o uso das tecnologias, por outro, vemos que através dessas mesmas tecnologias e modernidades (meios de comunicação e globalização); ocorre o aculturamento, sob a influência desses meios, com os quais têm contato.
Sendo o currículo um organizador de conteúdos, do ensino destes conteúdos, da forma esperada para alcançarem os objetivos propostos – Qual deve ser o currículo dessa Tribo, para garantirem a continuidade da sua cultura tal qual sempre foi, introduzindo outros conteúdos curriculares?

É nesse momento que consigo realmente compreender o significado desse curso: Se conseguirmos trabalhar com as crianças, adolescentes, respeitando o que sabem, a cultura que vivem – o leque de conhecimentos deles será ampliado, sem “desprezar” o que já aprenderam. Aprenderão sem que percam o gosto pela cultura do grupo social, cultural em que vivem.

Partir da experiência, do conhecimento que têm e ampliar o aprendizado do aluno sem, entretanto, anular o que traz de conhecimento e vivência (cultural e social).

É isso que ocorreu nessa tribo – valorizando e mantendo sua cultura.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Currículo

O uso do currículo surgiu com a necessidade de atender a massificação escolar que veio com a industrialização – procedimentos e métodos com o objetivo de obter resultados equilibrados e definidos na escola. O currículo, na verdade, “determinava” a visão que se queria do mundo, como a sociedade deveria ser e agir.

Quando a economia estava no auge dos interesses (Taylor) a palavra-chave era eficiência; onde a classe dominante transmitia seus princípios por meio das disciplinas e dos conteúdos que reproduziam seus interesses.

Mais tarde, já no séc. XXI a escola continuava reprodutora do sistema dominante – capitalista; seguindo à risca um currículo baseado nos interesses da classe dominante.

Assim, Currículo é uma relação de conteúdos que devem ser trabalhados, incluindo sua metodologia de trabalho.

O que se propõe hoje, não é o abandono desse rol de conteúdos, pois não podemos fazer história, construir uma vida melhor sem conhecer nosso passado. Não podemos abandonar a história da humanidade e inventar uma escola totalmente diferente dos modelos já existentes. O que podemos sim é trabalhar a história passada, refletir sobre as ações humanas e a partir destas informações construir novo saber e novas atitudes.

Se pesquisamos, estudamos nos livros didáticos o que alguém um dia disse, viu ou fez, por que então não valorizar e trazer para sala de aula o conhecimento e a vivência do nosso aluno???

Nesse ponto, o uso do computador auxilia o aluno a exteriorizar as experiências e conhecimentos que possui. Nos estudos que fazem, partem do conhecimento que já possuem e formam novos conhecimentos. Isso está claro em minhas práticas na sala de aula. Diferentemente de quando trabalhamos com livro didático: parece que aceitam tudo o que dizemos e lemos, sem questionar, pensar.

Não sei se me engano, mas a evolução do aprendizado é outro. O aluno se torna autônomo, afinal ele tem que decidir se a pesquisa que está fazendo é certa, e percebe que precisa usar o conhecimento que já tem para saber escolher a resposta correta.

O aluno aprende melhor percebendo que não é vazio, que não é “obrigado” a estudar, decorar o que está no livro didático.

E tudo isso se faz, seguindo o conteúdo curricular adequado para as respectivas séries. A diferença está na construção do senso crítico, no poder de decisão como aluno.